Sejam os lerdos de Romero ("A noite dos Mortos Vivos") ou os velocistas de Snyder (remake de "Madrugada dos Mortos"), os zumbis possuem a mesma constante, devem ser mortos por pancadas na cabeça que destruam o cérebro.
Entendam que consideramos "zumbis" aqueles mortos que foram reanimados e não os raivosos psicopatas de "28 Dias" e "Eu sou a Lenda" que são seres humanos infectados por vírus e que diante disto, passam a agir de maneira selvagem/agressiva.
Romero criou história com seu filme (de baixíssimo orçamento, feito nas coxas e com atores amadores) que virou referência para o comportamento que os zumbis teriam desde então. Alguns autores resolveram mudar alguns atributos, dando-lhes habilidades motoras melhores, como os que correm na refilmagem de "Madrugada dos Mortos" e os com super poderes e cérebros funcionais de "Resident Evil".
Mesmo com essas sutis diferenças, a maneira de eliminação de zumbis sempre se mantém: Detonar o cérebro.
Se fosse só por isso, os filmes seriam chatos, repetitivos e previsíveis, com um inimigo que todos estão cansados de conhecer, odiar, temer e amar(??), mas isso não acontece. Por que? Graças aos sobreviventes.
Em uma boa história de zumbis, estes são somente o pano de fundo, um mero detalhe. A verdadeira emoção ocorre dentro do local onde os sobreviventes juntam forças e suprimentos para resistir aos atacantes que jamais irão parar, desistir ou se cansar. Isolados e reunidos quase sempre contra a própria vontade, os sobreviventes são o fator crucial que fará com que qualquer resistência seja bem sucedida ou um fracasso completo.
As diferentes origens destes sobreviventes pesam nos rumos da história. Serão defensivos ante o ataque? Ou irão preferir ir pra cima e tentar pacificar seu território? São egoístas? São generosos? São inteligentes? Burros?
Tudo isso pesa para que se crie empatia com o público, mas o mais interessante é que o fato de uma história se centrar sobre um grupo isolado traz à nossa imaginação as infinitas possibilidades do que estaria acontecendo a 4 quarteirões dali. E no bairro vizinho? E se fosse no seu bairro, na sua casa?
Na minha opinião de apreciador destes monstros lerdos (prefiro estes), estúpidos e que possuem sua maior força nos números sempre crescentes e na sua total falta de uma liderança, o fascínio que eles exercem se deve a esta possibilidade que nos dão de poder imaginar como seria se fosse conosco. O fato dos sobreviventes serem pessoas comuns, do dia a dia que só querem levar suas vidas traz a possibilidade de nos colocarmos nessa mesma situação e avaliar se estamos preparados para algo dessa magnitude. As responsabilidades, os verdadeiros valores e prioridades que cada um tem. Quem será que iremos salvar? Iremos viajar 500km de território completamente arrasado e desconhecido por aqueles que amamos? Somos capazer de nos manter sem as facilidades que a civilização nos traz?
São tantas possibilidades a se explorar que acredito que este filão de filmes de terror e algumas vezes comédia "romântica" (vide "Fido - O Zumbi") é praticamente inesgotável e se contarmos com a imaginação de alguns, podemos ter certeza que coisas novas e interessantes estarão sempre sendo pensadas, produzidas e lançadas.
Viajei demais?
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Zumbis - A fascinação
11:59
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