Planeta Terror - O que acontece quando Rodriguez e Tarantino dão seus toques aos zumbis

(ESSE POST CONTÉM ALGUNS PEQUENOS SPOILERS DO FILME PLANETA TERROR, SE NÃO QUISER SABER, NÃO LEIA)

Se depois disso você ainda precisa ler o post para se convencer a assistir, lamento, sua alma está perdida...

Em 2006, uma parceria promissora entre Robert Rodriguez e Quentin Tarantino foi muito falada em todos os meios de comunicação especializados em cinema. Os dois se envolveram em um projeto chamado "Grindhouse" (referência aos cinemas especializados em exibição de filmes "B"). A parte que caberia a Rodriguez seria o filme-homenagem do gênero zumbi. O título "Planeta Terror" caiu como uma luva. A parte de Tarantino foi o filme "À prova de morte", que não tem nenhum zumbi, então é artisticamente irrelevante para nós.

70% de motivos para gastar com a entrada...

Nos EUA, os dois filmes foram lançados simultaneamente em 2007 e foram exibidos  juntos em uma mega-sessão de 4 horas, mas no Brasil foi dividido em dois filmes diferentes e extendidos com relação às versões americanas, ou seja, o brasileirinho que quisesse assistir aos dois teria que pagar duas entradas.

Bruce Willis como o psicopata mor do filme, Tenente Muldoon

Eu na época não tive dúvidas e fui assistir a Planeta Terror junto de 5 amigos meus, já previamente convencidos que íamos presenciar uma tosqueira histórica já que tínhamos assistido atentamente aos trailers exibidos.

Pois bem, cinema lotado e começou a exibição. Primeiro um trailer falso de Machete, que anos mais tarde se tornaria um filme de verdade. Em seguida, começou o filme de verdade. E que filme.

Uma negociata mal sucedida de alguns espertões do Exército americano (ahh, o exército...) que tentavam ganhar um troco sobre um misterioso produto químico acaba por contaminar toda uma cidade, transformando os habitantes em zumbis maníacos.

Não vou mentir, a história é uma zona. Anestesistas bissexuais, ex-strippers com metralhadoras na perna, médicos insanos e Bruce Willis como comandante da tropa atrapalhada do exército que deu causa a tudo. Enfim, uma zona completa.

Ah sim, tem a Fergie também...

Durante a exibição, a medida que o sangue rolava (e eu digo, é MUITO sangue), as pessoas iam levantando, uma enojadas com a podridão e outros revoltados por terem gasto tempo e dinheiro em um filme que não consideravam dignos de seus refinados gostos. Eu e meus amigos no fundão ríamos às gargalhadas a cada cena escrota com os zumbis mais bizarros que já tínhamos visto até então. Na nossa companhia, os sobreviventes com alguma gota de bom humor que também pareciam apreciar muito a projeção.

Bizarrice que será superada somente pelos "zumbis" de Sangue Quente...



Não vou mentir. Para os padrões normais o filme é ruim, péssimo, terrível. Os atores estão especialmente canastrões e as caras e bocas das atrizes principais são de fazer rir até o mais mal humorado. Mas é um filme de Robert Rodriguez em um projeto conjunto com Tarantino, o que você esperava senão canastrice e litros de sangue a cada cabeça explodida?

Uma ponta de Tarantino, como o "estuprador nr. 1" (é o nome que aparece nos créditos)...

 Nós fícamos até o final como prova máxima de resistência, juntamente com uma meia dúzia de gatos pingados que restaram espalhados até a última cena, não menos clichê do que todo o filme. Enfim, é um filme divertido pra quem vai ao cinema se divertir e se deixar levar por algumas horas, mas para aqueles que estão lá só pra se mostrarem cult, pode apostar que o prazer de assistir vai ser zero...

Sinta o trailer: