Resenha: Cidade dos Mortos - Eles não morrem

Ignore a capa obviamente chupinhada do guia de preparação do CDC

Bem, de volta das minhas merecidas e parcialmente bem aproveitadas férias, já tive um ótimo primeiro dia de trabalho com pessoas partidas ao meio na estrada e outros que apostaram que a soma da equação gravidade + corda não seria o bastante para vencer a resistência de suas traquéias (Spoiler: a traquéia perdeu).

Gravidade: A teoria mais prática do universo...

Pois bem, uma das coisas que pude fazer em minhas férias foi colocar a leitura em dia e, minha gente, como tem coisa sobre zumbis ultimamente. Até deu vontade de começar a escrever um livro sobre o assunto, mas para isso, preciso de um enredo original e inovador...

Primeiro, preciso de um personagem marcante. Um xerife? Interessante! E o nome dele? Nick? Dick? Não, Rick!! Caramba, isso vai acabar virando uma série.

Um dos livros que me chamou a atenção foi o recém lançado "Cidade dos Mortos - Eles não morrem" de Joe McKinney, um ex policial que se aventurou no tema com este livro.

A história é a de praxe. Após uma sequência de catástrofes naturais, a zona de desastres começa a sofrer tumultos estranhos onde pessoas começam a se devorar umas às outras e a atacar os socorristas. Logo, quando alguns dos sobreviventes são evacuados, esse comportamento passa a ocorrer em outras cidades e em pouco tempo, BUM, apocalipse zumbi.

Catástrofe natural + mal da vaca louca + vírus espacial = apocalipse zumbi!!! Faça já o seu...

O livro é narrado sob o ponto de vista de Eddie, um policial com problemas conjugais e que pesa o quanto a polícia absorve de sua vida e prejudica seu casamento. Numa chamada de distúrbios em uma vizinhança, ele e seu parceiro logo se deparam com pessoas agressivas e que não obedecendo às ordens, os atacam. Mesmo com o uso de armas, só os tiros certeiros na cabeça se mostram eficientes.

Daí pra frente, acompanhamos uma noite infernal do policial tentando voltar para casa e para sua esposa e filho, tendo entre eles um mar de zumbis e diversos outros personagens que ele encontra durante sua difícil travessia, que conta ainda com muitos e muitos dilemas morais típicos de uma história de zumbis e uma munição limitada que é contada uma a uma.

O clima do livro é tenso. Os zumbis não pingam aqui e ali, eles jorram pelas páginas e os protagonistas não conseguem nem um minuto de descanso por toda a narrativa, sempre tensa e surpreendente. Os zumbis descritos pelo autor são do tipo lerdo, mas de acordo com a situação e o estímulo (uma suculenta repórter de belas pernas, por exemplo), eles podem se tornar mais ágeis, até mesmo podendo dar algumas corridas.

Zumbis corredores ad hoc. Para aqueles momentos em que você precisa que seus protagonistas parem de filosofar e comecem a correr...

No geral, considerei o livro uma narrativa limpa, objetiva, tensa e satisfatória com um epílogo que poderia ter sido melhor explicado sobre os acontecimentos que seguiram à terrível noite de Eddie. Algumas coisas ficaram sem explicação muito clara (normal para uma história de zumbis) e uma das coisas que mais me deixou curioso foi a forma como os zumbis encontram suas vítimas.

Outro ponto interessante é que os blogs sobre zumbis (YEAH!! \o/) também estão presentes, apesar de mal representados por um "filósofo dos zumbis" que insiste que é imoral a matança imediata dos infectados.

Enfim, se você gastou dinheiro e tempo comprando e lendo o crepuscular "Sangue Quente", "Cidade dos Mortos" é a sua chance de se desintoxicar e voltar aos zumbis violentos, mortais, insanos e mil vezes mais divertidos .


Cidade dos Mortos - Eles não morrem
Autor: Joe Mckinney
Editora Novo Século
295 páginas
Preço: R$29,90 (Submarino)


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